O Ryukyu koku Matsuri Daiko era um grupo de eisā que usava somente o ōdaiko, que vibra forte até o coração. Porém, com a entrada das mulheres no grupo, foi decidido incluir coreografias de pārankū também.
A primeira música feita para o pārankū foi Miruku Munari e, em seguida, Kaze no Yuibito. A coreografia foi elaborada pelo presidente do Geionkan, Kunio Medoruma, e sua amada filha, na época com 10 anos de idade, a pequena Akina. Se a coreografia da Akina foi mesmo incluída em Kaze no Yuibito eu não sei, mas uma maravilhosa performance foi construída. Especialmente os movimentos da introdução me impressionaram.
Em minhas palavras, o pārankū seria como “asas de anjo”. Fornece delicadeza a quem dança. Perguntei ao Kunio, que é meu irmão mais novo e presidente do Geionkan, “o que você queria expressar com o primeiro gesto do Kaze no Yuibito?”, então ele respondeu: “Aquilo é uma referência ao Wai Khru (a dança de reza que precede a luta) do Muay Thai.” Além disso, ele parece ter ficado comovido com o fato de que apesar da música ser cantada em língua japonesa padrão, encaixava perfeitamente no eisā. “Já ouvi falar que a música não possui fronteiras, mas o ritmo é a palavra do mundo, não acha?” dizia ele sorrindo.
O que esse presidente preza no eisā nessas ocasiões é esse aspecto pacífico. Passos firmes sobre a terra, com uma dança que raramente se desarranja. O brilho no olhar dos jovens que fazem soar seus pārankū, vem fascinando os fãs de eisā. No “ichiman‘nin eisā odori tai 1000 nin no eisā pageant”, evento anual que ocorre na Kokusai Doori de Naha, um grande público é gentilmente envolvido pela emoção em harmonia entre a intensidade do eisā ōdaiko e a graciosidade das crianças dançando com seus pārankū.
Coluna Takeo Medoruma
Texto original publicado em 17/04/2012
Fonte: http://column.ryukyukokumatsuridaiko.com/